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Interview: Carmo, good old habits, working from home and being a mom!

What has changed in your daily life? And what ways did you find to adjust?

A lot has changed. The biggest change was to abruptly slow down the pace and then what it entailed ... I found myself at home telecommuting and with two children who need full-time attention! In other words, I had to find a way to continue working, be productive, and at the same time be a mother, friend, educator, and teacher. It was, without a doubt, a challenge. In the beginning, I didn't impose too rigid routines, and I think the absence of that pressure helped us a lot. Then, we gradually introduced some routines and schedules. I don't think I found any formula to adapt more peacefully, but, in fact, I tried to go back to good old habits, like painting, drawing, which help to keep me happy, and calm.


What do you like most to do at home?

I love decoration, so I'm always wandering around the various corners of the house and thinking about what could change or improve. But, in general, I like to take advantage of the variations of light that the house has throughout the day, sit in specific places and read or paint, play with the children.

How do you feel most comfortable?

Surrounded by my friends. With my "net" :) If the issue of comfort is in terms of clothes, then: Jeans, a t-shirt, and ankle boots. This is my uniform :)

What did you learn at this time?

I don't know if I learned anything ... It was more a reminder of what is really important and essential in my life.

What are you reading/watching?

I’m a regular reader. I always read in bed, before going to sleep and always have a book on the nightstand. Strangely during the quarantine, I read very little... I finished a book by Susan Sontag and I have J.D.Salinger on the waiting list to start.

What was your soundtrack?

Varied! That hasn't changed. From the melancholy of Jessica Pratt, to the experimentalism of Rosa Anschutz, to the techno variations between Rebekah, Amelie Lens, Kobosil...


What do you miss the most?

Of freedom and that the concept of spontaneity it contains ... Doing something just because, without thinking about the steps, paths, and rituals that the simple act of "going to a place" implies. I miss going to a restaurant because I felt like it. I miss my little daily journeys. I miss taking my son to swim classes every Sunday morning. I miss walking with my family freely.

What are you most excited about for the future?

Keeping in mind what is essential in my life, and not letting the hectic pace of everyday life (because that pace will return sooner or later) take me away from what is important and basic.


O que mudou no teu quotidiano? E que formas encontraste para te adaptar?

Mudou muita coisa. A maior mudança foi desacelerar abruptamente o ritmo de vida e depois o que isso acarretou...Vi-me em casa em teletrabalho e com as duas crianças que precisam de atenção a tempo inteiro! Ou seja, tive de encontrar uma forma de  continuar a  trabalhar, ser produtiva, e em simultâneo ser Mãe, amiga, educadora, professora. Foi, e está a ser desafiante, sem dúvida. No início não impus rotinas demasiado rígidas, e acho que a ausência do peso dessa pressão ajudou-nos bastante. Depois, gradualmente fomos introduzindo algumas rotinas e horários mais fechados. Acho que não encontrei nenhuma fórmula para a adaptação ser mais tranquila, mas, de facto, tentei voltar a velhos e bons hábitos, como pintar, desenhar, que ajudam a manter-me feliz, e calma. 


O que gostas mais de fazer em casa?

Adoro decoração, então estou sempre a deambular  pelos vários cantinhos da casa e a pensar o que poderia mudar ou melhorar. Mas, no geral, gosto de aproveitar as variações de luz que a casa que tem ao longo do dia, sentar-me em sítios específicos e ler ou pintar, brincar com as crianças.


Como te sentes mais confortável?

Rodeada dos meus amigos. Com a minha "rede" :) Se a questão do conforto for a nível de roupa, então: Jeans, tshirt, e botins. É este o meu uniforme :)


O que aprendeste neste tempo?

Não sei se aprendi algo... Foi mais um relembrar do que realmente é importante e essencial na minha vida. 



O que andas a ler/ver?

Sou uma leitora assídua. Leio sempre na cama, antes de dormir e tenho sempre um livro na mesa de cabeceira. Estranhamente durante a quarentena li muito pouco.... Terminei um livro da Susan Sontag e tenho J.D.Salinger em lista de espera para começar.


Qual foi a tua banda sonora?

Variada! Isso não mudou. Desde a melancolia de Jessica Pratt, passando pelo experimentalismo da Rosa Anschutz, até às variações de techno entre Rebekah, Amelie Lens, Kobosil...


O que tens mais saudades?

Da liberdade que o conceito de espontaneidade encerra em si... Fazer algo porque "sim", sem medir os passos, os trajectos e os rituais que o simples acto de "ir a um sítio" implica. 

Tenho saudades de ir a um restaurante porque me apeteceu. Tenho saudades dos meus pequenos trajectos diários. Tenho saudades de levar o meu filho à natação todos os domingos de manhã. Tenho saudades de passear com a família e decidir na hora onde queremos ir.

O que estás mais animada para o futuro?

Manter em mente o que é essencial na minha vida, e não deixar que o ritmo frenético do quotidiano (porque esse ritmo irá regressar, mais cedo ou mais tarde) me afaste do que é importante e basilar.

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